A experiência de cuidadores familiares de pessoas em sofrimento mental

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Data
2021-12
Autores
Helen Julia Aparecida da Silva
Leonardo Chagas Mota
Tayná Colturato Morais
Dra. Vanessa Cristina Machado
Journal Title
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Publisher
Centro Universitário Barão de Mauá
Resumo
Por muito tempo o cenário psiquiátrico no Brasil foi caracterizado por internações indiscriminadas, marcadas pelas condições desumanas, afastamento familiar e ausência de perspectiva de alta. Em 2001, com o advento da Lei nº 10.216, nomeada de Lei da Reforma Psiquiátrica, foi alterado o modelo de assistência em saúde mental e garantido os direitos das pessoas em sofrimento mental. A partir do processo de desinstitucionalização, a família foi incluída como corresponsável pelos cuidados das pessoas em sofrimento mental, sendo uma estratégia de aproximação do paciente ao convívio sociofamiliar. Diante desse contexto, o objetivo deste presente trabalho foi analisar as experiências do familiar nos cuidados prestados à pessoa em sofrimento mental, desde as adversidades experimentadas até o potencial apoio ao tratamento e melhora do quadro clínico. Atendendo às recomendações éticas, a pesquisa se iniciou após a aprovação do Comitê de Ética e pesquisa do Centro Universitário Barão de Mauá. Para o desenvolvimento do estudo, foi realizada uma pesquisa qualitativa, baseada em uma amostragem não probabilística, por meio do método “bola de neve”, sendo que um participante nomeado como “semente” indicou outros participantes. Enquanto critério de seleção dos entrevistados foram considerados a capacidade de cognição e verbalização para compreender o roteiro da entrevista, vínculo familiar e ser cuidador de pessoa em sofrimento mental. Como instrumento de pesquisa foi aplicado um roteiro de entrevista semiestruturada que possibilitou a captação dos dados, os quais, posteriormente, foram submetidos à análise de conteúdo dos resultados. Após transcrição e leitura das entrevistas, foram constituídas três categorias temáticas. A primeira categoria temática, “dificuldades encontradas no cuidado”, desmembrou-se em quatro subcategorias, dentre elas foram discutidas as dificuldades econômicas, o cuidado exercido de maneira integral e solitária, a sobreposição de outras atividades ao cuidado, bem como o isolamento e restrições sociais/familiares. Na segunda categoria temática, “facilitadores do cuidado”, foram discutidas três subcategorias, incluindo as potencialidades e disponibilidade interna para o cuidado, a importância da rede social de apoio emocional e informacional, assim como o acesso a cuidados profissionais. E por fim, a última categoria temática, “contribuições do cuidador ao tratamento do familiar adoecido”, abordou duas subcategorias, discutindo os cuidados gerais através da perspectiva do cuidador e como o cuidado familiar pode auxiliar na adesão ao tratamento e, assim, prevenir novas crises e internações. De maneira geral, por meio da análise dos relatos trazidos pelos entrevistados, notou-se que existem muitas dificuldades envolvidas na experiência do cuidado, incluindo dúvidas com relação ao diagnóstico, a como manejar os sintomas decorrentes do sofrimento mental, além das limitações financeiras, restrições sociais e preconceito enfrentados. Por meio dos relatos, notou-se também a importância do papel do cuidador para a pessoa em sofrimento mental, favorecendo a manutenção do tratamento e estabilidade do quadro. Espera-se que este trabalho se some a outras discussões na área, contribuindo para o avanço teórico e prático no que diz respeito à importância da valorização e cuidado do cuidador familiar no contexto da saúde mental. Palavras-chave: Sofrimento mental. Família. Cuidador familiar.
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Citação
SILVA, Helen Julia Aparecida da; MOTA, Leonardo Chagas; MORAIS, Tayná Colturato. A experiência de cuidadores familiares de pessoas em sofrimento mental. 2021. 69 f. TCC (Graduação) - Curso de Psicologia, Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, 2021.
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