Bioativos fúngicos contra o câncer: revisão de literatura

Abstract

Os fungos são seres eucarióticos que apresentam a capacidade de degradar diferentes substratos e podem ser encontrados em diferentes nichos ecológicos, na forma de leveduras ou constituindo hifas. Tais micro-organismos são reconhecidos, genericamente, como bolores, mofos e cogumelos, alguns dos quais são comestíveis ou alucinógenos. Registros históricos mostram que os fungos são utilizados há muitos anos por populações humanas, com diversos objetivos para o consumo, de modo a fazer parte da cultura de diferentes povos. Evidencias históricas descobertas recentemente, como a da penicilina (fungo Penicillium notatum) por Alexander Fleming (1881-1955), colocaram os fungos em evidência para estudos relativos à sua aplicação na área da saúde, e especialmente a partir da década de 70, acentuaram-se pesquisas com o objetivo de determinar a natureza da ação dos compostos biologicamente ativos, como as pesquisas acerca de potenciais efeitos antitumorais, anticarcinogênicos, antivirais, anti-inflamatórios, hipoglicemiantes, hipocolesterolêmicos, hipotensivos, entre outros. Assim, com o intuito de contribuir com ativos de origem biológica para o tratamento do câncer, vários estudos concentraram-se em encontrar ou esclarecer o mecanismo de ação de substâncias bioativas fúngicas capazes de atuar em diferentes estágios da carcinogênese ou mesmo na nutrição de pacientes oncológicos que passam por tratamentos convencionais. Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi esclarecer se existem bioativos fúngicos úteis no combate ao câncer e quais são suas potenciais aplicações. Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre os bioativos de fungos medicinais contra o câncer, ao todo foram usados 60 trabalhos em língua portuguesa e inglesa, entre os anos de 1970 e 2022. As buscas para encontrar artigos relevantes ao nosso tema, foram realizadas pela biblioteca eletrônica “Scientific Electronic Library Online” – SciELO/Brasil e Google Acadêmico. Pelos resultados observados, nota-se que os compostos bioativos de origem fúngica são úteis no tratamento do câncer, seja atuando como suplemento alimentar, seja atuando diretamente na supressão tumoral, existindo potencial para formulações farmacêuticas que utilizem tais bioativos em tratamentos oncológicos. Os dados sugerem benefícios variados de ação direta ou indireta sobre o desenvolvimento tumoral, o que melhora a qualidade de vida do paciente. Palavras-chave: Fungos medicinais. Neoplasias. Auxílio dietético. Atividade antitumoral. Bioativos fúngicos.