Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em universitários: dificuldades e implicações vivenciadas

Abstract

Esse estudo, de caráter quantitativo e descritivo, tem como objetivo rastrear sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade em estudantes universitários dos cursos de Psicologia, Enfermagem e Medicina de uma instituição de ensino superior localizada em Ribeirão Preto. Os objetivos específicos deste estudo foram: qualificar os sintomas de TDAH mais presentes entre os universitários; verificar se existiam diferenças na presença de sintomas entre estudantes do sexo feminino e masculino, entre estudantes com idades entre 18 e 21 anos e maiores de 22 anos, entre estudantes com ocupação e sem ocupação, entre aqueles do 1ºs anos e do 3ºs anos, entre estudantes do período diurno e do período noturno, entre estudantes com companheiro(a) e sem companheiro(a), e por fim comparar a pontuação geral nesse instrumento de rastreio entre estudantes que já tinham diagnóstico clínico prévio de TDAH e aqueles que não tinham. Para a coleta de dados, realizada presencialmente e em momento único por meio da plataforma REDCap Brasil, após aceite no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), os participantes responderam aos seguintes instrumentos: um questionário sociodemográfico elaborado pelos autores e a Escala de Avaliação Adulta do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (ASRS-18). A amostra contemplou que dentre os 278 participantes, os estudantes de Psicologia destacaram-se com uma maior prevalência de sintomas positivos para TDAH, especialmente os ingressantes do primeiro ano, onde 84% dos alunos com diagnóstico prévio de TDAH já tinham conhecimento do transtorno ao entrarem na faculdade. Observou-se maior incidência de sintomas como impulsividade, desorganização e dificuldade em planejamento e execução de tarefas entre os estudantes do primeiro ano. Apesar de não haver diferença estatisticamente significativa entre os sexos em relação à presença de TDAH, foi identificado que estudantes do sexo feminino passam mais tempo em redes sociais do que os do sexo masculino. Os resultados ressaltam a necessidade de mais estudos nacionais sobre TDAH em contexto universitário e recomendam que as universidades sejam ativas em promover um ambiente inclusivo e acolhedor para esses estudantes.