Fatores protetivos e estressores relacionados a pandemia de COVID-19

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Data
2021-12
Autores
Flávia Alessandra de Camargo
Laura Junqueira Lima
Alessandra Ackel Rodrigues
Journal Title
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Publisher
Centro Universitário Barão de Mauá
Resumo
A Pandemia de COVID-19 é um evento estressor global, que tem trazido uma importante necessidade de adaptação aos indivíduos. A forma como estes lidam com os estressores se relaciona a uma maior chance de adoecimento físico e mental ou a diminuição dos impactos negativos de sua ocorrência. Este estudo teve como objetivo investigar fatores protetivos e estressores relacionados a pandemia de COVID-19 em uma amostra de conveniência de 139 indivíduos maiores de 18 anos, por meio de um estudo online descritivo e exploratório, de caráter quantitativo e recorte transversal. A coleta dos dados aconteceu na plataforma Google Forms e os participantes responderam um questionário sociodemográfico, o questionário de percepções pessoais sobre impactos e fatores protetivos relacionados à pandemia e à Escala de Satisfação de Vida (ESV). Os dados foram analisados com estatística descritiva e inferencial no pacote IBM/SPSS versão 22. Como resultados, a maioria da amostra foi de mulheres (73%) entre 18 e 30 anos (63,9%), solteiras (67,4%), sem filhos (77,3%) e que trabalham (77,3%). As principais mudanças vividas durante a pandemia foram o ensino remoto (75,8%), perda de contato com amigos/familiares (77,3%), alterações na rotina (67,4%) e humor (87,1%). Já as principais dificuldades foram não poder abraçar amigos e familiares (89,4%), viajar sem medo de ser contaminado (88,9%), passear (87,9%), sair com os amigos (81,8%), isolamento social (68,2%) e lidar com perdas/luto em geral (61,4%). Resiliência (78,8%), autocompaixão (64,4%), criatividade (72%), otimismo (67,4%), e a esperança (75,8%) foram praticadas pelos participantes. O nível médio de satisfação com a vida (SV) foi de 22,04 (±6,715). Comparando-se tais escores com os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, encontrou-se maior SV nos indivíduos resilientes (p=0,000), compassivos (p=0,000), otimistas (p=0,00) e esperançosos (p=0,000) durante o período da pandemia. Já para as estratégias de coping, notou-se maior SV nos indivíduos que tentavam ativamente resolver problemas (p=0,03), planejavam-se para lidar com desafios (p=0,009), apoiavam-se em sua religiosidade (p=0,000) e reinterpretavam positivamente o que estava acontecendo (p=0,04). Também notou-se menor SV naqueles que desinvestiam comportamentalmente (p=0,000), se culpavam (p=0,001) e buscavam alternativas de distração (p=0,004). Os resultados da correlação de Spearman da ESV e percepção de estresse mostraram que quanto maior a percepção de estresse na pandemia, menor SV (r= -0,373; p=0,000), quanto maior o nível de estresse na pandemia, maior a dificuldade de lidar com mudanças (r=0,356, p=0,000) e de se contaminar por COVID (r=0,366, p=0,000). Os efeitos psicológicos de uma pandemia podem ser muito maiores que o número de pessoas infectadas pela doença. Isso sugere a necessidade de se pensar medidas de grande impacto e preventivas com relação a saúde mental da população neste contexto. Estratégias relacionadas a Psicologia Positiva podem ser úteis, visto seu compromisso não apenas com a diminuição de sintomas e sofrimento, mas, principalmente, com uma vida com bem estar, sentido e propósito. Palavras-chave: Pandemia. Estressores. Fatores protetivos. Coping.
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Citação
CAMARGO, Flávia Alessandra de; LIMA, Laura Junqueira. Fatores protetivos e estressores relacionados a pandemia de COVID-19. 2021. 86 f. TCC (Graduação) - Curso de Psicologia, Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, 2021.
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