Mediação parental do uso telas na era digital: um estudo com pais de crianças de 7 a 12 anos

Abstract

Objetivou-se investigar crenças e práticas de mediação parental relacionadas ao uso de telas por filhos entre 7 e 12 anos. Tratou-se de uma pesquisa de levantamento online, descritiva, quantitativa e recorte transversal. Os participantes responderam a um questionário de caracterização sociodemográfica e outro sobre crenças e práticas parentais sobre uso de telas. A amostra de conveniência contemplou 79 respondentes, a maioria mulheres (88,6%), entre 31-40 anos (45,6%), ensino superior/pós-graduação (51,9%) e renda familiar de 4-7 salários-mínimos (38%). Os dispositivos eletrônicos estavam amplamente disponíveis nos domicílios para pais e filhos. A maioria dos pais referiu uso excessivo de telas tanto seu quanto dos filhos (59,5%), além de elevado índice atividades físicas e offline, como esportes (82%), jogos tradicionais (70,9%), atividades lúdicas (86,1%) e brincadeiras ao ar livre (78,5%). A orientação dos filhos sobre o uso de mídias e seus riscos e práticas menos permissivas quanto ao uso foram amplamente referidas, embora a maioria dos filhos tenha iniciado o uso de telas entre 2 e 4 anos (51,8%) e passasse 2 a 4 horas diárias utilizando dispositivos eletrônicos (69,6%). As estratégias de mediação variaram, destacando-se a mediação restritiva (36,7%) e acompanhada (34,2%). Os dados sugeriram que o cultivo de atividades offline pode equilibrar os potenciais prejuízos do uso excessivo de telas, além de uma discrepância entre aquilo que os pais acreditam ser importante e seus comportamentos digitais. Evidenciou-se a necessidade de psicoeducar as famílias sobre riscos associados ao uso excessivo de telas e a importância do efeito-espelho no comportamento dos filhos.