Percepção do enfermeiro sobre supervisão para segurança do paciente na vacinação na atenção primária

Abstract

Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, de abordagem qualitativa, com objetivo de analisar a percepção de enfermeiros sobre a supervisão para segurança do paciente na vacinação na Atenção Primária à Saúde - APS. O cenário da pesquisa foram as Unidades de APS com sala de vacina, localizadas no Distrito Norte de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. A amostra foi composta por sete enfermeiros responsáveis pelas salas de vacina. Foram excluídos dois enfermeiros que atuavam em unidades sob contrato de gestão. Dos sete enfermeiros, quatro atuavam em Unidades Básicas de Saúde e três, em Unidades de Saúde da Família. Cada enfermeiro participante preencheu uma ficha de caracterização. Para coleta de dados, realizada de julho a setembro de 2022, foi utilizada entrevista semiestruturada. As entrevistas, realizadas nas unidades, foram agendadas previamente, áudio-gravadas e transcritas. A análise dos dados foi realizada por meio de análise temática proposta por Minayo (2004), seguindo as etapas: pré análise, exploração do material, tratamento dos resultados obtidos e intepretação. A pesquisa foi realizada após a autorização da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Barão de Mauá, CAAE: 58397922.7.0000.5378, parecer número 5.501.678. Todos os enfermeiros que participaram da pesquisa apresentaram pós-graduação lato sensu, sendo que quatro realizaram especialização na área de saúde pública, saúde coletiva ou saúde da família. Quanto ao tempo de atuação na APS, ele variou de 8 meses a 22 anos, com quatro enfermeiros trabalhando na APS de 4 a 5 anos. O tempo de atuação na unidade variou de 7 meses a 6 anos, com quatro enfermeiros com atuação menor ou igual a 1 ano. A média de auxiliares e/ou técnicos de enfermagem por unidade foi de 12. O número de auxiliares e/ou técnicos de enfermagem da unidade treinados em sala de vacina variou de 1 a 5. Os dados oriundos das entrevistas foram categorizados nos seguintes temas: “Supervisão in loco e abordagem educativa: instrumentos que contribuem para segurança do paciente na vacinação”; “O tempo e a multiplicidade de atividades do enfermeiro como limitações para a supervisão na vacinação”. No primeiro tema, os enfermeiros apontam a importância da supervisão in loco, na sala de vacina, para acompanhar os processos na vacinação (como: recebimento de vacinas, validade, organização da sala, acolhimento, diluição e administração, orientações aos usuários) e para realizar treinamento da equipe. Os enfermeiros também reconhecem a necessidade de buscarem atualizações. No segundo tema, os enfermeiros relatam que a multiplicidade de atividades (consultas, grupos, atendimento à demanda espontânea, ações de promoção à saúde, procedimentos) ocupam a agenda no cotidiano, limitando o tempo para realizarem a supervisão na sala de vacinação. Concluímos que os enfermeiros têm percepção acerca da necessidade da supervisão para segurança do paciente na vacinação, porém identificam aspectos da organização de seu processo de trabalho que limitam a realização da supervisão in loco. Palavras-chave: Supervisão de Enfermagem. Vacinação. Segurança do Paciente. Atenção Primária à Saúde.