Judeus e prostituição: a saga das “polacas” no Rio de Janeiro entre os anos de 1867 e 1950

Abstract

A presente pesquisa, partindo de revisão bibliográfica e análise de fontes, ambiciona expor a trajetória de vida de imigrantes provenientes da Europa Oriental, os quais, envolvidos com a prostituição e em sua maioria judeus, desembarcaram na cidade do Rio de Janeiro a partir do ano de 1867 em busca de novas oportunidades e de uma vida melhor. Fugidos da fome, miséria e perseguições de cunho religioso que enfrentavam em suas terras natais, estabeleceram-se em vários dos grandes centros urbanos sul-americanos em busca de um recomeço. No entanto, suas condições de marginalizados perpetuaram-se na capital do Brasil durante o fim do século XIX e até a metade do século XX: indesejáveis não só pela população em geral, mas também pelos correspondentes de sua religião, eram atacados constantemente pelos jornais e por uma política de limpeza moral que visava acabar com sua presença nas principais ruas da cidade. Em meio a exclusão, se viram obrigados a organizarem uma sociedade baseada na solidariedade e ajuda-mútua a qual viabilizasse o exercício de sua fé e identidade, bem como o acesso à educação, ajuda hospitalar e um lugar após a morte. Portanto, partindo deste fato, é possível aferir que a relação entre estes homens e mulheres era muito mais complexa e não se baseava somente em engano, coerção e violência, o que comumente é apontado em várias pesquisas sobre o tema. Palavras-chave: prostituição; judeus; Rio de Janeiro.