Lar, nem tão doce lar: compreendendo as vivências de mulheres vítimas de violência perpetrada pelo parceiro íntimo
Lar, nem tão doce lar: compreendendo as vivências de mulheres vítimas de violência perpetrada pelo parceiro íntimo
Data
2023-12
Autores
Amanda Marcela dos Santos
Larissa Silva Ramos
Me. Mayara Colleti
Journal Title
Journal ISSN
Volume Title
Publisher
Centro Universitário Barão de Mauá
Resumo
A violência conjugal, durante muito tempo, foi tratada como algo exclusivo do âmbito privado
do casal, estruturando-se sob os princípios da invisibilidade e da naturalização. Apenas,
recentemente foi assumida como um grave problema de saúde pública que acarreta diversas
consequências para as vítimas e sociedade. Considerando isso, o presente trabalho teve como
objetivo compreender as vivências de mulheres que foram vítimas de violência perpetrada
pelo parceiro íntimo. Trata-se de um estudo de caráter exploratório, descritivo, de corte
transversal, amparado na abordagem qualitativa de pesquisa, no qual utilizou-se a análise
temática de conteúdo para organização dos dados. Participaram do estudo, cinco mulheres que
estiveram inseridas em um contexto em que sofreram violência perpetrada pelo parceiro
íntimo, independentemente de ser uma relação estável legalizada. Os instrumentos utilizados
para a coleta de dados foram (a) formulário de dados sociodemográficos, (b) roteiro de
entrevista semiestruturada e (c) genograma. As entrevistas foram gravadas em áudio e,
posteriormente, transcritas na íntegra. O corpus de pesquisa foi organizado por meio de análise
de conteúdo temática e a análise e interpretação dos dados pautou-se na literatura disponível
sobre o tema. A partir da análise do material coletado, pôde-se elaborar, em diálogo com a
literatura, quatro categorias temáticas: (a) Repercussões da violência na saúde mental; (b) A
importância da rede de apoio familiar e comunitária; (c) A violência enquanto vivência
transgeracional e, (d) A atuação dos profissionais da rede intersetorial no atendimento à
mulher vítima de violência. Os resultados permitiram desvelar que durante e após o
relacionamento, as participantes se queixaram de várias repercussões na saúde mental, tendo
que trabalhar suas inseguranças, medos, resgatar capacidades, crenças em si mesmas, rede de
apoio, bem como passar por acompanhamento psicológico para amenizar sintomas
depressivos e de ansiedade. Observou-se que a violência na vivência das participantes
perpassa como um aspecto transgeracional, visto que presenciaram comportamentos violentos
entre seus pais, destacando a questão da família patriarcal, no qual o homem detém poder
sobre a mulher. O apoio psicológico e as redes de apoio para mulheres que sofreram violência
são de suma importância para conseguirem resgatar suas potencialidades, seus direitos,
desenvolver o processo de emancipação e empoderamento após o rompimento do
relacionamento abusivo, uma vez que, elas estão vulneráveis e muita das vezes sem rede de
apoio. Sendo assim, espera-se que os resultados desta pesquisa contribuam para atuação de
psicólogos e demais profissionais, tanto no sentido de reflexão em relação às práticas de
atendimento e cuidado desta população, quanto no desenvolvimento de estratégias de
intervenção e prevenção da violência.
Palavras-Chave: mulher; violência; parceiro íntimo.
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Palavras-chave
Citação
SANTOS, Amanda Marcela dos; RAMOS, Larissa Silva. Lar, nem tão doce lar: compreendendo as vivências de mulheres vítimas de violência perpetrada pelo parceiro íntimo. 78f. TCC (Graduação) - Curso de Psicologia, Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, 2023.